O artigo analisa a pedagogia fabril desenvolvida pelas empresas flexíveis no âmbito do estágio de estudantes de uma instituição federal de Educação Profissional. A pesquisa, de cunho qualitativo, foi desenvolvida a partir de entrevistas e envolveu, na instituição, estagiários, supervisores e a coordenadora de relação escola-empresa; e nas empresas, supervisores de estágio. Os resultados apontaram que a pedagogia fabril prioriza o comportamento compatível com o processo industrial implementado, em meio a situações reais e ritmos próprios da produção. Os estagiários são envolvidos em um processo de (con)formação mais precocemente do que os funcionários, muitas vezes expostos à exploração e ao assédio. Em nossas conclusões, destacamos a necessidade de a instituição educativa propiciar situações que ponham em xeque a pedagogia fabril e de assumir o estágio como instância de formação sob sua responsabilidade, comprometida com a humanização.
A CONTRAPONTOS é uma publicação reconhecida pela área da Educação, seriada, arbitrada e dirigida prioritariamente a uma comunidade acadêmico-científica. Vem circulando nacionalmente desde 2001.