O objetivo deste artigo de revisão é contribuir com o debate acerca das relações de poder no âmbito da universidade advindo do campo científico, dos diferentes campos profissionais e das diferentes estruturas que dão base ao conhecimento educacional. O texto procura reapresentar essa discussão tendo como base o pensamento relacional de Pierre Bourdieu. A partir do estudo bibliográfico, é possível afirmar que as diferentes áreas de conhecimento gravitam em torno de uma estrutura, de certa forma hierarquizada, de diferentes juízos de valores e sistemas simbólicos que variam de acordo com níveis, graus, diplomas e instituições de ensino superior. As diferentes áreas de conhecimento precedem de pedagogias que tendem a reproduzir estas práticas e a própria estrutura em que elas acontecem. Foi possível compreender que o campo científico, a estrutura educacional responsável pela distribuição do conhecimento, bem como o campo pedagógico em que os professores estão imersos, carregam as marcas de uma história de práticas e de lutas anteriores, e que estas continuam, de certa forma, a condicionar as tomadas de decisões dos agentes no seio da universidade. Tais decisões também são influenciadas pelo contexto socioeconômico e cultural, pelo campo científico e pelo poder de cada campo profissional, seja na universidade ou na sociedade.
A CONTRAPONTOS é uma publicação reconhecida pela área da Educação, seriada, arbitrada e dirigida prioritariamente a uma comunidade acadêmico-científica. Vem circulando nacionalmente desde 2001.