O INSTITUTO JURÍDICO DA SEGURANÇA HÍDRICA E A NECESSIDADE DE UM AJUSTE NORMATIVO E JURISPRUDENCIAL
DOI:
https://doi.org/10.14210/nej.v24n3.p972-1005Palavras-chave:
Água, Segurança Hídrica, Mudança Jurisprudencial, Segurança Jurídica.Resumo
A Era do Antropoceno tem na crise ambiental sua principal característica, destacando-se a crise de água como sendo a mais grave. Dessa forma, faltam instrumentos jurídicos que forneçam aos tribunais, ao ministério público e às demais instituições jurídicas uma maior compreensão da crise hídrica vivenciada. Por isso, o presente artigo traz como problema a ausência de um instituto jurídico da segurança hídrica que dê conta da complexidade ambiental, não se restringindo apenas à falta de água, uma vez que não basta ter água, ela precisa ser própria para os múltiplos usos. O objetivo central é justamente apresentar o contexto de crise ambiental e hídrica e os elementos fundantes para elaboração de uma definição jurídica mais precisa de segurança hídrica. Para isso, realizou-se pesquisa bibliográfica, com acesso a dados secundários em documentos e jurisprudência dos tribunais. Verificou-se que os tribunais ainda não compreendem a complexidade da crise hídrica
Downloads
Referências
ALIER, Joan Marínez. O ecologismo dos pobres: conflitos ambientais e linguagens de valoração. São Paulo: Contexto, 2007.
AGÊNCIA NACIONAL DE ÁGUAS. Água na medida certa: a hidrometria no Brasil / Agência Nacional de Águas; textos elaborados por Antonio Cardoso Neto. Brasília: ANA, 2012.
ARAGÃO, Alexandra. O Estado de Direito Ecológico no Antropoceno e os limites do Planeta. In Dinnebier, Flávia França (Org.). Estado de Direito Ecológico: Conceito, Conteúdo e Novas Dimensões para a Proteção da Natureza./ Flávia França Dinnebier (Org.); José Rubens Morato Leite (Org.); - São Paulo : Inst. O direito por um Planeta Verde, 2017.
ASWATHANARAYANA, Uppugunduri. How to do with less water. In Aswathanarayana, U. (Coord.). Food and water security. London: Taylor & Francis, 2007.
BAUMAN, Zygmunt. Modernidade e ambivalência. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1999.
BIAZATTI, Bruni de Oliveira, PEREIRA, Luciana Diniz Durães. Aspectos Principiológicos acerca da Necessidade de Proteção dos “Refugiados Ambientais”: Por uma Nova Hermenêutica do Sistema Jurídico Internacional. In JUBILUT, Lilian Lyra, RAMOS, Érika Pires, CLARO, Carolina de Abreu Batista, CAVEDON-CAPDEVILLE, Fernanda de Salles (Orgs). Refugiados ambientais. Roraima: Editora da UFRR, 2018.
BECK, Ulrich. La sociedad del riesgo: hacia una nueva modernidad. Barcelona, Paidós, 2006.
BOLLIER, David, WESTON, Burns H. Green Governance ecological survival, human rights, and the law of the commons. New York: Cambridge University Press, 2013.
BOYED, David R. The Rigths of Nature: A Legal Revolution that Could Save the World. Toronto: ECW Press, 2017.
BRUCKMANN, Mónica. Recursos naturales y la geopolítica de la integración sudamericana. Instituto Perumundo; Fondo Editorial J.C.Mariátegui, 2012.
BULTO, Takele Soboka. Muito familiar para ignorar, muito novo para reconhecer: a situação do direito humano à água em nível global. In CASTRO, Jose Esteban, HELLER, Léo, MORAIS, Maria da Piedade. O direito à água como política pública na América Latina: uma exploração teórica e empírica. Brasília: IPEA, 2015.
CAPRA, Fritjof; MATTEI, Ugo. The Ecology of Law. Okland: BK. 2015.
CASTRO, Jose Esteban. O acesso universal à água é uma questão de democracia. In Boletim Regional, Urbano e Ambiental no 15, Julho/Dezembro 2016a.
______________. Água e democracia na América Latina. Campina Grande: EDUEPB, 2016.
CAVEDON-CAPDEVILLE, Fernanda de Salles. Jurisprudência ecologizada nas cortes de direitos humanos: contribuições para a ecologização dos direitos humanos. In LEITE, José Rubens Morato. A ecologização do direito ambiental vigente. Rio de Janeiro: Lumen Juris, 2018.
CAVEDON-CAPDEVILLE, Fernanda de Salles. O Projeto de Convenção de Limoges sobre o Estatuto Internacional dos Deslocados Ambientais. In JUBILUT, Lilian Lyra, RAMOS, Érika Pires, CLARO, Carolina de Abreu Batista, CAVEDON-CAPDEVILLE, Fernanda de Salles (Orgs). Refugiados ambientais. Roraima: Editora da UFRR, 2018.
DARDOT, Pierre, LAVAL, Christian. A nova razão do mundo: ensaios sobre a sociedade neoliberal. São Paulo: Boitempo, 2016.
FELIX, Ricardo Burrattino. Bangladesh: Vulnerabilidade Ambiental e a Vida Humana. In JUBILUT, Lilian Lyra, RAMOS, Érika Pires, CLARO, Carolina de Abreu Batista, CAVEDONCAPDEVILLE, Fernanda de Salles (Orgs). Refugiados ambientais. Roraima: Editora da UFRR, 2018.
FERREIRA, Helini Sivini. Desvendando os organismos transgênicos: as interferências da sociedade de risco no Estado de Direito Ambiental. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2010.
GIDDENS, Anthony. As conseqüências da modernidade. São Paulo: Editora da UNESP, 1991.
HARVEY, David. 17 contradições e o fim do capitalismo. São Paulo: Boitempo, 2016.
ISLA, Ana. The “greening” of Costa Rica: women, peasants, indigenous people and the remaking nature. Canadá: University of Toronto Press, 2015.
LEFF, Henrique. Racionalidade ambiental: a reapropriação social da natureza. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006.
LEFF, Henrique. Diálogos de saberes, saberes locales y racionalidad ambiental en la construcción social de la sustentabilidad. In SÁNCHEZ, A. L. Governabilidad y desarrolho sustentable: miradas múltiples. México: UNAM, 2012.
LEITE, José Rubens Morato, SILVEIRA, Paula Galbiatti. BETTEGA, Belisa. O Estado de Direito para a natureza: fundamentos e conceitos. In Dinnebier, Flávia França (Org.). Estado de Direito Ecológico: Conceito, Conteúdo e Novas Dimensões para a Proteção da Natureza./ Flávia França Dinnebier (Org.); José Rubens Morato Leite (Org.); - São Paulo : Inst. O direito por um Planeta Verde, 2017.
LENZI, Cristiano Luis. Sociologia ambiental: risco e sustentabilidade na modernidade. São Paulo, Bauru: Edusc, 2006.
MENDES, José Manuel. Ulrich Beck: a imanência do social e a sociedade do risco. In Análise Social, 214, l (1.), 2015.
MOTTA, Renata. Sociologia de risco: globalizando a modernidade reflexiva. In. Sociologias, Porto Alegre, ano 11, no 22, jul./dez. 2009, p. 384-396.
OROZCO, Jose Luis. Esperando a Trump: Los antecedentes históricos del “nuevo viraje” norteamericano. México: Universidad Nacional Autónoma de México, 2017.
PORTO, Marcelo Firpo de Souza. Uma ecologia política dos riscos. Rio de Janeiro: editora Fiocruz, 2007.
RIBEIRO, Ricardo Lodi. Globalização, Sociedade de Risco e Segurança. Revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 246, p. 267-287, set. 2007. ISSN 2238-5177. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rda/article/view/41660>. Acesso em: 12 Fev. 2019. doi:http://dx.doi.org/10.12660/rda.v246.2007.41660.
SHIVA, Vandana. Las guerras del agua: privacización, àcontaminación y lucro. Mexico: Siglo XXI editores, 2007.
SILVA. José Irivaldo Alves Oliveira. RESSIGNIFICAÇÃO AMBIENTAL E MODERNIZAÇÃO ECOLÓGICA NO SEMIÁRIDO: O Projeto de Integração e a revitalização do São Francisco. 1. ed. SÃO PAULO: HUCITEC, 2016.
UNDP. Governance for Sustainable Human Development, A UNDP Policy Document. UNDP, New York, 1997.
VEYRET, Yvette. Os riscos: o homem como agressor e vítima do meio ambiente. São Paulo: editora Contexto, 2007.
WOLF, Aaron T., STEFANO, Lucia de, SVENDSEN, Mark, GIORDANO, Mark, STEEL, Brent S., BROWN, Bridget. Water governance benchmarking: concepts and approach framework as applied to Middle East and North Africa countries. In Water Policy 16, 1121–1139, 2014.
World Bank. Strengthening World Bank Group Engagement on Governance and Anticorruption. Joint Ministerial Committee of the Boards of Governors of the Bank and the Fund on the Transfer of Real Resources to Developing Countries, Washington, DC, 2007.
UNESCO. Soluciones basadas en la naturaleza para la gestión del agua. Paris: Unesco, 2018
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Na qualidade de autor(es) da colaboração, original e inédita, sobre o qual me(nos) responsabilizo(amos) civil e penalmente pelo seu conteúdo, após ter lido as diretrizes para autores, concordado(amos) plenamente com as Políticas Editorias da Revista Novos Estudos Jurídicos - NEJ e autorizo(amos) a publicação na rede mundial de computadores (Internet), permitindo, também, que sua linguagem possa ser reformulada, caso seja necessário, sem que me(nos) seja devido qualquer pagamento a título de direitos autorais, podendo qualquer interessado acessá-lo e/ou reproduzi-lo mediante download, desde que a reprodução e/ou publicação obedeçam as normas da ABNT e tenham a finalidade exclusiva de uso por quem a consulta a título de divulgação da produção acadêmico científico.