
Objetivo – Este artigo investiga a percepção dos visitantes frente ao patrimônio cultural edificado conservado, com foco em três igrejas recém restauradas em Minas Gerais, nas cidades de Ouro Preto e Mariana, uma vez que não há estudos contemporâneos que indiquem como a restauração do patrimônio influencia a experiência dos visitantes.
Desenho/metodologia/abordagem – A pesquisa utiliza como base os comentários de visitantes na plataforma Tripadvisor, coletados e analisados por meio da Análise Textual Discursiva, com o objetivo de compreender como os processos de conservação afetaram a experiência dos visitantes antes, durante e depois do restauro. A metodologia adotada envolveu web scraping para coleta dos dados e a posterior categorização dos comentários.
Resultados – Antes da restauração, notou-se a insatisfação dos visitantes com o estado da má-conservação das edificações, ressaltando a importância histórica e cultural das igrejas. Durante o processo, a falta de informações relativas às obras e prazos impactaram negativamente a experiência dos visitantes. Já após o restauro, os visitantes ressaltaram a relevância da valorização do patrimônio cultural edificado e recomendaram a visita.
Limitações/implicações da pesquisa – Os resultados sugerem que projetos de conservação incluam práticas de "restauro aberto" e estratégias de comunicação que mantenham os visitantes informados durante o processo de restauração.
Implicações práticas – Conclui-se que a percepção dos turistas sobre o estado de conservação do patrimônio cultural tem um impacto direto na qualidade de sua experiência de visitação.
Originalidade/valor – O estudo reforça a importância da educação patrimonial e de uma gestão equilibrada que considere tanto a preservação quanto o desenvolvimento do turismo nas cidades de Ouro Preto e Mariana
Antunes, N. M. B, Ramos, C. M. Q., & Sousa, C. M. R. (2018). A experiência turística nas redes sociais: Motivações, implicações e impactos da geração de conteúdo. Dos Algarves: A Multidisciplinary e-Journal, 32, 20-37.
Augusto, L. (2023). Hotéis projetam lotação máxima em Ouro Preto na Semana Santa. https://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2023/04/06/interna_gerais,1478245/hoteis-projetam-lotacao-maxima-em-ouro-preto-na-semana-santa.shtml
Arquidiocese de Mariana. (2024). História. https://arqmariana.com.br.
Ashworth, G. J., & Tunbridge, J. E. (2000). The Tourist-Historic City: Retrospect and Prospect of Managing the Heritage City. Pergamon.
Associação Circuito do Ouro. (2024). O Circuito e seus roteiros. https://circuitodoouro.tur.br/sobre-o-circuito-do-ouro/
Bardin, L. (2011). Análise de Conteúdo. Edições 70.
Barreto, R. T. S., & Vieira, J. B. (2019). Governança, gestão de riscos e integridade. Brasília: Enap.
Benoit, A., & Frajndlich, R. U. (2019). A extinta pureza: a igreja da Pampulha e as capelas de Ouro Preto (Brasil). Oculum ensaios, 16(2), 291-310.
Bojanoski, S. de F., Ferreira Michelon, F., & Bevilacqua, C. (2017). Os termos preservação, restauração, conservação e conservação preventiva de bens culturais: uma abordagem terminológica. Calidoscópio, 15(3), 443-454.
Borges, J. L., Perinotto, A. R. C., & Braga, S. S. (2024). O uso de técnicas de crowdsourcing, Big Data e análise de redes aplicadas à demanda turística. Marketing & Tourism Review, 9(1), 1-39.
Braga, S. S., Gonçalves, M. F., Bomfim, A. R., Jotta, C. A., & Borges, J. (2023). Percepção dos visitantes em relação aos museus de arte vinculados ao Instituto Brasileiro de Museus. Dos Algarves: Tourism, Hospitality & Management Journal, 43, 66-85.
Brasil, Ministério do Turismo. (2010a). Turismo Religioso: orientações básicas. 2. ed. Brasília: Ministério do Turismo. https://www.gov.br/turismo/pt-br/centrais-de-conteudo-/publicacoes/segmentacao-do-turismo
Brasil, Ministério do Turismo. (2010b). Segmentação do Turismo - Marcos Conceituais. 2. ed. Brasília: Ministério do Turismo. https://www.gov.br/turismo/pt-br/centrais-de-conteudo-/publicacoes/segmentacao-do-turismo
Brasil, Ministério do Turismo. (2010c). Turismo Cultural: orientações básicas. 2. ed. Brasília: Ministério do Turismo. https://www.gov.br/turismo/pt-br/centrais-de-conteudo-/publicacoes/segmentacao-do-turismo
Bruce, G. S., Guimarães, M. R. C., & Teixeira, M. A. S. B. (2023). Interpretação patrimonial turística: potencial das ruas e avenidas do entorno do Paço da Liberdade Manaus-AM. Caderno Virtual de Turismo, 23(3), 83-93.
Campomori, M. J. L. (2018). Arquitetura em minas gerais: cenário e agente da formação de uma cultura. Estudos sobre Belo Horizonte e Minas Gerais nos trinta anos do BDMG Cultural, 1, 309-324.
Camprubí, R., Guia, J. & Comas, J. (2013). The new role of tourists in destination image formation. Current Issues in Tourism, 16(2), 203-209.
Caregnato, R. C. A., & Mutti, R. Pesquisa qualitativa: análise de discurso versus análise de conteúdo. Texto Contexto Enferm, 15(4), 679-84.
Carneiro, L. C. C. F. (2020). Breve notícia da restauração do Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora da Conceição, em Ouro Preto – MG. Santuário da Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, em Ouro Preto. https://paroquiaconceicaoop.com.br/artigos/restauracao-do-santuario-arquidiocesano-de-nossa-senhora-da-conceicao-em-ouro-preto-mg/
Coelho, C. M. T., Silva, E. E. C., & Zouian, R. S. (2020). Pavilhão Mourismo: desafios para sua preservação. História, Ciência, Saúde – Manguinhos, 27(2), 565-582.
Filieri, R., Acikgoz, F., Ndou, V., & Dwivedi, Y. (2021). Is TripAdvisor still relevant? The influence of review credibility, review usefulness, and ease of use on consumers’ continuance intention. International Journal of Contemporary Hospitality Management, 33(1), 199-223.
Fonseca, M. C. L. (2001). Referências culturais: base para novas políticas de patrimônio. Políticas Sociais: Acompanhamento e Análise, 2, 111-120.
Fonseca, M. C. L. (2005). O Patrimônio em Processo: Trajetória da Política Federal de Preservação no Brasil. Editora UFMG.
Garrod, B., & Fyall, A. (2000). Managing heritage tourism. Annals of Tourism Research, 27(3), 682-708.
Gomes, M. A., & Braga, S. C. (2019). Visitação em sítios históricos após restaurações: estudo de caso em Portugal. Journal of Heritage Tourism, 14(4), 372-387.
Instituto Estrada Real. (2024). A Estrada Real – História. https://institutoestradareal.com.br/
Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). (2024). Igreja da Sé de Mariana. http://portal.iphan.gov.br/pagina/detalhes/272
Instituto Pedra. (2024) Igreja de São Francisco de Assis. https://institutopedra.org.br/projetos/igreja-de-sao-francisco-de-assis-e-casa-do-conde-de-assumar-museu-de-mariana/
Leask, A., & Fyall, A. (2006). Managing World Heritage Sites. Butterworth-Heinemann.
Lowenthal, D. (1998). The Heritage Crusade and the Spoils of History. Cambridge University Press.
Malta, E. (2023). Patrimônio, consumo cultural e espaço público em Ouro Preto/MG: mudanças e permanências. 47ª Reunião Anual da ANPOCS. Em pré-impressões SciELO. https://doi.org/10.1590/SciELOPreprints.6999
McKercher, B., & Du Cros, H. (2002). Cultural Tourism: The Partnership Between Tourism and Cultural Heritage Management. Haworth Hospitality Press.
Mello, G. N. A., Bremer, C. F., Bomfim, C. M. B., & Santos, F. F. (2020). Arquitetura vernácula nas cidades históricas. Levantamentos de danos em edificações tombadas: estudo de caso da igreja Nossa Senhora do Rosário em Caeté. Brazilian Journal of Development, 6(4), 17269-17282.
Melo, E. C., Gonçalves, M. F., Braga, S. S., e Silveira, A. D. F. S., & Costa, D. D. (2022). Tourism, Contradiction, and Afro-Religious (In)Visibility. Promoting Social and Cultural Equity in the Tourism Sector, IGI Global, 1, 10-20.
Mendes, F. A., Rodríguez, L. P., & Torres, M. R. (2020). Sinalização e comunicação em sítios arqueológicos restaurados: impacto na percepção do visitante. Revista Latinoamericana de Patrimonio, 8(2), 58-72.
Moraes, R., & Galiazzi, M. C. (2006). Análise Textual Discursiva. Editora Unijuí.
Moser, G., Carvalho, V. M. (2021). Intermitências na gestão pública em turismo: um estudo sobre o patrimônio cultural edificado de Blumenau e políticas públicas voltadas ao turismo. Turismo Visão e Ação, 23(2), 391-414.
Nogueira, A. G. R. (2020). O lugar do Ceará nas políticas de preservação do patrimônio cultural nos anos 1980: entre os domínios da cultura e a emergência do turismo. Anais do Museu Paulista: História e Cultura Material, 28, d2e36.
Oliveira, T. D., Mussi, A. Q., & Engerroff, F. Z. (2020). A preservação do patrimônio arquitetônico e suas relações com o planejamento e desenvolvimento urbano. Revista Missioneira, 22(1), 23-34.
Oliveira, M. A. R., & Campos, A. A. (2010). Barroco e Rococó nas igrejas de Ouro Preto e Mariana. Brasília, DF: IPHAN, Programa Monumenta.
Patissi, E., & Neves, R. B. (2023). Políticas públicas sustentáveis para o patrimônio cultural edificado, estudo das contribuições de modelos de conservação preventiva aplicados no Brasil e Espanha. MIX Sustentável, 9(4), 157-169.
Ponzini, D., & Rossi, U. (2010). Becoming a Creative City: The Entrepreneurial Mayor, Network Politics and the Promise of an Urban Renaissance. Urban Studies, 47(5), 1037-1057.
Poria, Y., Reichel, A., & Biran, A. (2006). Heritage site management: Motivations and expectations. Annals of Tourism Research, 33(1), 162-178.
Prefeitura Municipal de Ouro Preto (PMOP). (2024). Matriz Nossa Senhora da Conceição de Ouro Preto. https://ouropreto.mg.gov.br/turismo/atrativo-item/581
Rafael, C., & Almeida, A. (2017). Impacto da informação online na formação da imagem de destino virtual. Dos Algarves: Tourism, Hospitality & Management Journal, 23, 27-50.
Ruiz, T. C. D., Akel, G. M., & Domareski, V. H. (2021). Netnografia: um panorama da sua aplicabilidade nas pesquisas em turismo. Turismo Visão e Ação, 23(2), 458-474.
Santana, A. A., Nussbaumer, G. M. (2019). Públicos e “não públicos” da cultura e das artes. Sala Preta, 19(2), 150-162.
Sant’anna, M. (2015). Preservação como prática: sujeitos, objetos, concepções e instrumentos. In: Rezende, M. B., Grieco, B., Teixeira, L., Thompson, A. (Orgs.). Dicionário IPHAN de Patrimônio Cultural. Rio de Janeiro; Brasília: IPHAN/DAF/Copedoc (termo-chave: Preservação).
Santos, A. R., Sousa, R. S., & Galiazzi, M. C. (2017). A análise textual discursiva na pesquisa em educação química: a categorização como possibilidade de ampliação de horizontes. Iniciação & Formação Docente, 4(2), 167-178.
Silva, E. Z., & Telles, N. Z. (2022). Restauro aberto: uma experiência para a valorização e conservação de patrimônio artístico-cultural. Brazilian Journal of Development, 8(1), 492-507.
Staiff, R., Bushell, R., & Kennedy, P. (2002). Heritage Interpretation and Visitor Perceptions. Journal of Heritage Tourism, 7(2), 91-104.
Timothy, D. J., & Boyd, S. W. (2003). Heritage Tourism. Prentice Hall.
UNESCO Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (2016). Sustainable Tourism and Heritage Management in the Urban World Heritage Sites: a review of case studies and examples. UNESCO World Heritage Centre.
Viñas, S. M. (2021). Teoria Contemporânea da restauração. SciELO-Editora UFMG.
Copyright (c) 2025 Turismo: Visão e Ação
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution 4.0 International License.
A Turismo: Visão e Ação vinculado ao Programa de Pós-Graduação em Turismo e Hotelaria - Mestrado e Doutorado, é um periódico científico de publicação no sistema de fluxo contínuo, interdisciplinar e de alcance internacional, classificada, segundo os critérios Qualis/CAPES (2017-2020), como 'A3' na área de Administração, Ciências Contábeis e Turismo. Registrada no ISSN sob o número 1983-7151, a Turismo: Visão e Ação iniciou suas atividades em 1998 com publicações impressas, nas versões inglês e português. Em 2008, transformou-se em publicação On-Line, com alcance maior do público interessado, mantendo como política de ser um periódico de acesso aberto e sem cobranças de taxas de submissão e acesso aos artigos. A Turismo: Visão e Ação (TVA) possui como título abreviado do periódico Tur., Visão e Ação, usado em bibliografias, notas de rodapé, referências e legendas bibliográficas.