O artigo é resultado de uma pesquisa que examinou modos de ser professor e estudante engendrados pela Educação em Revista (ER), quando aborda o trabalho com empreendedorismo nas escolas. Os aportes teóricos vinculam-se ao pensamento de Michel Foucault e seus comentadores. O material empírico, examinado seguindo a análise do discurso, consistiu em exemplares da ER editados de 2013 a 2020. O escrutínio das reportagens mostrou que: a) os professores, quando se ocupam do trabalho com o empreendedorismo, são deslocados da posição de um sujeito que ensina para um sujeito da aprendizagem; b) os estudantes passam a ser o centro de toda e qualquer prática educativa, tornando-se autônomos, criativos e protagonistas. Conclui-se que o empreendedorismo nas escolas atua na individualização do sujeito, que passa a ser responsabilizado não apenas pelo desenvolvimento econômico, como também por suas escolhas, garantindo sua permanência no jogo neoliberal.
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