• Resumo

    COMO RECONHECER UM DIREITO GLOBAL? DA POLICONTEXTURALIDADE À GESTÃO DOS CONFLITOS ENTRE ORDENS NORMATIVAS

    Data de publicação: 16/12/2022

    Contextualização: Durante o século XX o conceito de soberania foi nitidamente enfraquecido diante do desenvolvimento de organizações privadas transnacionais, sendo que tais atores sociais, ao operarem de forma recursiva e autorreferente, tornaram-se capazes de (auto)produzir sua própria normatividade de modo a suprir, no âmbito organizacional, a necessidade de sua regulação interna e específica.

    Objetivos: Analisar alternativas sistêmicas para a gestão de conflitos entre a normatividade dos atores jurídicos transnacionais e as ordens jurídicas estatais e supranacionais.

    Metodologia: A pesquisa utilizou o método indutivo e os resultados foram expressos com base lógica indutiva.

    Resultados: É justamente a capacidade de observação que permite construções jurídicas plurais e capazes de proporcionar soluções para a problemática apontada. Antes de tudo, porém, cabe ao direito contemporâneo delimitar sua intrínseca capacidade de observar observações, demarcando a possibilidade de que conflitos jurídicos sejam equacionados mediante uma racionalidade transversal, que permita o diálogo entre discursos jurídicos autônomos.

  • Referências

    CAMPILONGO, Celso Fernandes. Política, sistema jurídico e decisão judicial. São Paulo: Max Limonad, 2002.

    CARVALHO, Délton Winter de. Dano ambiental futuro: a responsabilização civil pelo risco ambiental. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2008.

    CORSI, Giancarlo. Sociologia da constituição. Revista da Faculdade de Direito da Universidade Federal da Minas Gerais. Belo Horizonte: UFMG, n. 39. p. 169-189, Jan/jun. 2001.

    ESPOSITO, Elena. Acoplamiento estructural. In: CORSI, Giancarlo; ESPOSITO, Elena; BARALDI, Cláudio. Glosario sobre la teoría social de Niklas Luhmann. Ciudad de México/Tlaquepaque: Universidad Iberoamericana /ITESO, p. 21-24, 2006.

    HÖFFE, Otfried. A democracia no mundo de hoje. São Paulo: Martins Fontes, 2005.

    HOFSTADTER, Douglas R. Gödel, Escher, Bach: um entrelaçamento de gênios brilhantes. Brasília: UNB, 2001.

    KANT, Immanuel. Sobre la paz perpetua. 6. ed. Madri: Tecnos, 1998.

    KELSEN, Hans. Teoria pura do direito. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

    LUHMANN, Niklas. A improbabilidade da comunicação. 3. ed. Lisboa: Vega, 2001.

    LUHMANN, Niklas. A posição dos tribunais no sistema jurídico. Ajuris, Porto Alegre, Ajuris, n. 49, ano XVII, p. 149-168, jul. 1990.

    LUHMANN, Niklas. ¿Cómo se pueden observar estructuras latentes? In: WATZLAWICK, Paul; KRIEG, Peter. El ojo del observador: contribuciones al constructivismo. Barcelona: Gedisa, p. 60-72. 1998.

    LUHMANN, Niklas. Ecological communication. Chicago: The University of Chicago Press, 1989.

    LUHMANN, Niklas. El derecho de la sociedad. Ciudad de México: Universidad Iberoamericana, 2002.

    LUHMANN, Niklas. La Costituzione come acquisizione evolutiva. In: ZAGREBELSKY, Gustavo; PORTINARO, Pier Paolo; LUTHER, Jörg (Org.). Il futuro della Costituzione. Torino: Einaudi, p. 83-128. 1996.

    LUHMANN, Niklas. La sociedad de la sociedad. Ciudad de México: Universidad Iberoamericana/Herder Editorial, 2007.

    LUHMANN, Niklas. Novos desenvolvimentos na teoria dos sistemas. In: NEVES, Clarissa Eckert Baeta; SAMIOS, Eva Machado Barbosa (Org.). Niklas Luhmann: A nova teoria dos sistemas. Porto Alegre: Editora da Universidade/Goethe-Institut, p. 19-59. 1997.

    LUHMANN, Niklas. O conceito de sociedade In: NEVES, Clarissa Eckert Baeta; SAMIOS, Eva Machado Barbosa (Org.). Niklas Luhmann: A nova teoria dos sistemas. Porto Alegre: Editora da Universidade/Goethe-Institut, 1997.

    LUHMANN, Niklas. O paradoxo dos direitos humanos e três formas de seu desdobramento. Themis, Fortaleza: Esmec, v. 3, n. 1, 2000.

    LUHMANN, Niklas. Organización y decisión. Autopoiesis, acción y entendimiento comunicativo. Barcelona/México/Santiago de Chile: Anthropos Editorial/Universidad Iberoamericana/Pontifícia Universidad Católica de Chile, 2005.

    LUHMANN, Niklas. Sociedad y sistema: la ambición de la teoría. Tradução Santiago López Petit e Dorothee Schmitz. Introdução Ignacio Izuzquiza. Barcelona: Ediciones Paidós Ibérica, 1990.

    LUHMANN, Niklas. The autopoiesis of social systems. In: GEYER, Felix.; ZOUWEN, Johannes van der (Eds.). Sociocybernetic paradoxes: observation, control and evolution of self-steering systems. Londres: Sage, 1986.

    LUHMANN, Niklas; DE GIORGI, Raffaele. Teoría de la Sociedad. Guadalajara, México: Universidad de Guadalajara/ Universidad Iberoamericana/Iteso, 1993.

    MANSILLA, Darío Rodríguez. Nota a la versión en español. In. LUHMANN, Niklas. Organización y decisión; Autopoiesis, acción y entendimiento comunicativo. Barcelona/México/ Santiago de Chile: Anthropos Editorial/Universidad Iberoamericana/Pontifícia Universidad Católica de Chile, p. XXIII, 2005.

    MANSILLA, Darío Rodríguez. Organizaciones para la modernización. Ciudad de México/Tlaquepaque: Universidad Iberoamericana /ITESO, 2004.

    MARCH, James Gardner; SIMON, Herbert Alexander. Teoria das organizações. 2. ed. Rio de Janeiro: FGV, 1972.

    MOLES, John L. Cosmopolitismo cínico. In: GOULET-CAZÉ, Marie-Odile; BRANHAM, R. Bracht (Org.). Os cínicos: o movimento cínico na antiguidade e o seu legado. São Paulo: Loyola, p. 121-136, 2007.

    NEVES, Marcelo. Entre Têmis e Leviatã: uma relação difícil. São Paulo: Martins Fontes, 2006.

    NEVES, Marcelo. Transconstitucionalismo. São Paulo: Martins Fontes, 2009.

    NAFARRATE, Javier Torres. Nota a la versión en español. In: LUHMANN, Niklas. Sociología del riesgo. México: Triana Editores, 1998.

    NETO, Eugênio Facchini, Reflexões histórico-evolutivas sobre a constitucionalização do direito privado. In: SARLET, Ingo Wolfgang (Org.). Constituição, direitos fundamentais e direito privado. Porto Alegre: Livraria do Advogado. p. 11-60, 2003.

    NOUR, Soraya. Os Cosmopolitas. Kant e os “temas kantianos” em relações internacionais. Contexto internacional. Rio de Janeiro. v. 25. n. 1. Jan/jun, p. 7-46, 2003.

    PARSONS, Talcott. O sistema das sociedades modernas. São Paulo: Pioneira, 1974.

    ROCHA, Leonel Severo. A produção autopoiética do sentido do direito. Direitos Culturais, Santo Ângelo, v. 4, n. 7, jul./dez, p. 13-26, 2009.

    ROCHA, Leonel Severo. Da epistemologia jurídica normativista ao construtivismo sistêmico. In ROCHA, Leonel Severo. SCHWARTZ, Germano; CLAM, Jean. Introdução à teoria do sistema autopoietico do direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2005.

    ROCHA, Leonel Severo. Observações sobre a observação luhmanniana. In ROCHA, Leonel Severo, KING, Michael; SCHWARTZ, Germano. A verdade sobre a autopoiese no direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado, p. 11-40, 2009.

    ROMESÍN, Humberto Maturana; VARELA, Francisco. A árvore do conhecimento: as bases biológicas da compreensão humana. São Paulo: Palas Athena, 2001.

    ROMESÍN, Humberto Maturana. De máquinas e seres vivos: autopoiese – a organização do vivo. 3. ed. Porto Alegre: Artes Médicas, 1997.

    SANTOS, Boaventura de Souza. A gramática do tempo: para uma nova cultura política. São Paulo: Cortez, 2006.

    SCHWARTZ, Germano. Autopoiese e direito: auto-observações e observações de segundo grau. In ROCHA, Leonel Severo, KING, Michael; SCHWARTZ, Germano. A verdade sobre a autopoiese no direito. Porto Alegre: Livraria do Advogado, p. 99-148, 2009.

    SCHWARTZ, Germano. Constituições civis. In: Anais do XV Encontro Preparatório para o Congresso Nacional do CONPEDI. Florianópolis: Fundação Boiteux, p. 340-355, 2007.

    TEUBNER, Gunther. Altera pars audiatur: o direito na colisão de discursos. In: ALVES, José Augusto Lindgren. Direito e cidadania na pós-modernidade. Piracicaba: Unimep, p. 89-129, 2002.

    TEUBNER, Gunther. As duas faces de Janus: pluralismo jurídico na sociedade pós-moderna. In: TEUBNER, Gunther. Direito, sistema e policontexturalidade. Piracicaba: Unimep, p. 95-98, 2005.

    TEUBNER, Gunther. Autoconstitucionalização de corporações transnacionais? Sobre a conexão entre os códigos de conduta corporativos (Corporate Codes of Conduct) privados e estatais. In: SCHWARTZ, Germano. Juridicização das esferas sociais e fragmentação do direito na sociedade contemporânea. Porto Alegre: Livraria do Advogado, p. 109-126, 2012.

    TEUBNER, Gunther. Global Bukowina: legal pluralism in the world society. In: TEUBNER, Gunther. (Ed.). Global Law Without a State. Aldershot: Dartmouth, p. 3-28, 1997.

    TEUBNER, Gunther. Mundos contratuais: o direito na fragmentação de regimes de private governance. In: TEUBNER, Gunther. Direito, sistema e policontexturalidade. Piracicaba: Unimep, p. 269-297, 2005.

    TEUBNER, Gunther. O direito como sistema autopoiético. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian, 1989.

    TEUBNER, Gunther. Regimes privados: direito neo-espontâneo e constituições dualistas na sociedade mundial. In: TEUBNER, Gunther. Direito, sistema e policontexturalidade. Piracicaba: Unimep, p. 106-127, 2005.

Novos Estudos Jurí­dicos

A revista Novos Estudo Jurídicos (NEJ), Qualis A1 Direito, é um periódico científico quadrimestral, com publicações ininterruptas desde 1995, nos meses de Abril, Agosto e Dezembro. Sua missão é promover o aprimoramento dos estudos na área do Direito, especialmente nas seguintes linhas: “Constitucionalismo e Produção do Direito”, “Direito, Jurisdição e Inteligência Artificial” e “Direito Ambiental, Transnacionalidade e Sustentabilidade”.

A NEJ é um dos periódicos científicos da Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI) e está vinculado ao Programa de Pós-Graduação Stricto Sensu em Ciência Jurídica da UNIVALI (conceito CAPES 6), cursos de Mestrado e Doutorado.

O periódico oferece acesso livre e imediato ao seu conteúdo, seguindo o princípio de que disponibilizar gratuitamente o conhecimento científico ao público proporciona maior democratização mundial do conhecimento. 

A visão da revista Novos Estudo Jurídicos (NEJ) consiste na publicação de artigos e relatos de pesquisas inéditos de autoria de docentes, discentes e pesquisadores, estimulando os debates críticos e éticos sobre assuntos relacionados aos temas que compõem sua Linha Editorial.

Access journal