CORRUPÇÃO, JUSTIÇA E INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL
DOI:
https://doi.org/10.14210/rdp.v18n1.p136-156Palavras-chave:
Inteligência artificial, Judiciário, CorrupçãoResumo
Contextualização do tema: A pandemia de COVID-19 alterou profundamente hábitos humanos. A necessidade de evitar interações sociais e reduzir deslocamentos impulsionou o recurso a mecanismos já conhecidos, mas usados timidamente, como o trabalho remoto, reuniões virtuais, telemedicina, compras online, dentre outros. O emprego de audiências telepresenciais[1] e o atendimento remoto de partes e advogados, possibilitado pelo balcão virtual[2] instituído pelo Conselho Nacional de Justiça, mostraram que o Judiciário poderia seguir funcionando, mesmo com suas portas físicas fechadas. E sem perda de qualidade ou produtividade.
Metodologia: O Método utilizado na fase de investigação e na elaboração deste relatório foi o indutivo[3]; já a técnica de investigação foi a da revisão bibliográfica, com pesquisa em livros, revistas científicas, sites e legislações atinentes às temáticas abordadas.
Objetivo: Explorar as potencialidades do emprego de inteligência artificial no Judiciário, com enfoque específico no desenvolvimento de aplicações que possam contribuir para incremento de investigações e processos por corrupção, seara em que o Brasil experimenta muitas dificuldades e ineficiência.
Resultado: Especialmente na seara anticorrupção, espaço em que o Brasil sofre de grande ineficiência e baixa recuperação de ativos desviados, a IA pode auxiliar na confecção de novos meios para endereçar um antigo problema. São muitas as possibilidades, algumas sequer ainda divisadas pela mente humana.
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