OS DIREITOS FUNDAMENTAIS DOS TRABALHADORES NA CONTEMPORANEIDADE: OS FIOS INVISÍVEIS DAS TECNOLOGIAS DIGITAIS NAS RELAÇÕES DE TRABALHO
DOI:
https://doi.org/10.14210/rdp.v18n3.p636-662Palavras-chave:
Capitalismo, Dignidade da Pessoa Humana, Direitos Fundamentais, Novas Tecnologias, Relações de TrabalhoResumo
Contextualização: Esta pesquisa investiga o impacto da tecnologia no ambiente de trabalho, abordando uma dualidade crucial. Por um lado, os avanços tecnológicos apresentam-se como veículos potenciais para a emancipação humana das necessidades básicas, promovendo uma visão otimista de progresso e libertação. Por outro lado, surge uma questão crítica: esse potencial emancipatório é genuinamente direcionado à libertação humana ou, na realidade, está intrinsicamente atrelado aos objetivos do sistema capitalista, que visa à maximização do lucro? Este dilema central revela a complexidade das interações entre tecnologia, trabalho e capital, exigindo uma análise cuidadosa das intenções e dos resultados desses avanços tecnológicos.
Objetivo: Investigar e relacionar o fenômeno das novas tecnologias com as relações laborais e os impactos que os avanços tecnológicos geram na vida dos indivíduos e no mundo do trabalho, sendo que estes avanços e a relação de trabalho estão ligados a reprodução do capital. Diante do objetivo geral proposto, indaga-se no artigo que o direito pode limitar esses impactos como a redução dos direitos fundamentais sociais e as desigualdades sociais a nível global pela precarização das condições de trabalho, desemprego estrutural e a constante violação dos direitos humanos.
Metodologia: A metodologia da pesquisa foi desenvolvida mediante leitura pelo método indutivo. Trata-se de pesquisa básica, exploratória e bibliográfica, estruturada em três fragmentos.
Resultados: Conclui-se que o debate democrático sobre os direitos fundamentais aliado a defesa salário mínimo digno e renda básica universal, poderá garantir um mínimo de dignidade e civilidade para os indivíduos.
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