O REPRESSIVISMO PÓS-MODERNO BRASILEIRO DE ALTA INTENSIDADE. O DIREITO PENAL NA ENCRUZILHADA ENTRE O PENSAR CALCULADOR E A FUNDAMENTAÇÃO ÉTICO-POLÍTICA

Autores

  • André Leonardo Copetti Santos Pós-Doutor pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) e pós-doutorando pela Universidade de Santiago do Chile (USACH). Coordenador Executivo do PPGD/URISAN. Editor da Revista Científica Direitos Culturais.

DOI:

https://doi.org/10.14210/nej.v24n2.p420-452

Palavras-chave:

Pós-modernidade, Repressivismo, Alta intensidade, Fundamentação ética, Necessidade.

Resumo

O presente artigo tem como objetivo principal desvelar a utilização de um modo de pensar calculador na formulação e na justificação das novas políticas penais – repressivismo penal pós-moderno de alta intensidade –, no qual o ser humano é mais um entre vários entes disponíveis para a ação do Estado, em detrimento de uma fundamentação filosófica – antropológica, baseada num pensar meditativo ético, espaço no qual o ser humano e seus principais bens – a vida e a liberdade – assumem posição central no processo discursivo de legitimação/limitação do poder penal estatal. A matriz teórica utilizada para a análise é a fenomenologia hermenêutica e o método, consequentemente, o fenomenológico.

Biografia do Autor

André Leonardo Copetti Santos, Pós-Doutor pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS) e pós-doutorando pela Universidade de Santiago do Chile (USACH). Coordenador Executivo do PPGD/URISAN. Editor da Revista Científica Direitos Culturais.

Referências

ANITUA, Gabriel Ignacio. Histórias dos pensamentos criminológicos. Rio de Janeiro: Revan, 2008.

ARENDT, Hannah. A Vida do Espírito. Trad. Antonio Abranches e outros. 2. ed. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 1993.

ARISTÓTELES. Metafísica. Edición Trilingüe por Valentin Garcia Yebra. Madrid: Editorial Gredos, 1970.

BAUMAN, Zigmunt. Estado de crisis. Buenos Aires: Paidós, 2016.

BETTIOL, Giuseppe. Direito Penal. 6. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1966.

BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. 13. Ed. 5 v. São Paulo: Saraiva, 2008.

BRASIL. Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (INFOPEN). Brasília, DF:

Ministério da Justiça, 2016.

BRASIL. Novo Diagnóstico de Pessoas Presas no Brasil. Brasília, DF: Conselho Nacional de

Justiça, 2014.

BUCKINGHAM, James Silk. National Evils and Practical Remedies, with Plan of a

Model Town. London: Peter Jackson, Late Fischer, Son & Co., 1849. Disponível em: http://

urbanplanning.library.cornell.edu/DOCS/buckham.htm. Acesso em: 29 fev. 2016.

CHAIKEN, Jan M. Allocation of Emergency Units Response Areas. New York, NY: The New

York City RAND Institute, 1971. Disponível em: http://www.rand.org/content/dam/rand/pubs/

reports/2008/P4745.pdf. Acesso em: 4 mar. 2016.

COPETTI SANTOS, A. L. É constitucional a expansão normativa e controle social no Brasil?

Direito e Justiça (URI), Santo Ângelo, RS, v. 16, pp. 255-286, 2011.

COPETTI SANTOS, A. L. Políticas Públicas e Tratamento da Criminalidade numa Sociedade

Democrática. Revista Direitos Fundamentais & Democracia (UniBrasil), Curitiba, v. 8, pp.

-346, 2010.

CRITELLI, Dulce. Martin Heidegger e a essência da técnica. Margem, São Paulo, n. 16, dez.

FEELEY, Malcolm M.; SIMON, Jonathan. The New Penology: Notes on the Emerging Strategy

of Corrections and Its Implications. Criminology, 449 (1992), Available at: http://scholarship.

law.berkeley.edu/facpubs/718. Acesso em: 25 fev. 2016.

FERRY, Luc. Aprender a Viver. Rio de Janeiro: Objetiva, 2007.

FOUCAULT, Michel. Microfísica do Poder. Organização e Tradução de Roberto Machado. 20.

ed. São Paulo: Graal, 2004.

HABERMAS, Jürgen. A Crise de Legitimação do Capitalismo Tardio. Rio de Janeiro: Tempo

Brasileiro, 2002.

HAUSNER Jack. Determining the Travel Characteristics of Emergency Service Vehicles.

New York, NY: The New York City RAND Institute, 1975. Disponível em: http://www.rand.org/

content/dam/rand/pubs/reports/2006/R1687.pdf. Acesso em: 4 mar. 2016.

HEIDEGGER, Martin. Serenidade. Barcelona: Ediciones del Serbal, 1994.

HEIDEGGER, Martin. El Ser y el Tiempo. Trad. José Gaos, 5. ed. México: Fondo de Cultura

Económica, 1974.

HEIDEGGER, Martin. Carta sobre o Humanismo. Trad. Emmanuel Carneiro Leão. Rio de Janeiro:

Tempo Brasileiro, 1967.

HUDSON, Barbara. Minority Report: Prevendo o futuro na vida real e na ficção. In. ZACKSESKI,

Cristina; DUARTE, Evandro C. Pisa (orgs.). Criminologia e cinema: perspectivas sobre o controle social. Brasília: UniCEUB, pp. 33-48, 2012.

IGNALL, Edward; KOLESAR, Peter; WALKER, Warren. Using Simulation To Develop and

Validate Analytical Emergency Service Deployment Models. New York, NY: The New York

City RAND Institute, 1975. Disponível em: http://www.rand.org/content/dam/rand/pubs/

reports/2008/P5463.pdf. Acesso em: 4 mar. 2016.

INSTITUTE FOR CRIMINAL POLICE RESEARCH (ICPR). World Prision Breaf. London: University

of London, 2016. Disponível em: http://www.prisonstudies.org/world-prison-brief-data.

Acesso em: 20 Dez. 2016.

JENNINGS, John B. Analysis of the Night and Weekend Arraignment Parts in the Bronx

and Queens Criminal Courts. New York, NY: The New York City RAND Institute, 1973.

LARRETA, Enrique Rodriguez. Transparências Obscuras: Pensar a Complexidade no Século

XXI. In: MENDES, Candido (Org.); LARRETA, Enrique Rodriguez (Ed.). Complexidade e

Representação. Rio de Janeiro: Gramond, 2003.

LARSON, Richard C. A Hypercube Queueing Model for Facility Location and Redistricting

in Urban Emergency Services. New York, NY: The New York City RAND Institute, 1973.

Disponível em: http://www.rand.org/content/dam/rand/ pubs/reports/2006/R1238.pdf.

Acesso em: 4 mar. 2016.

_______. Urban Emergency Service Systems: an Iterative Procedure for Aproximating

Performance Characteristics. New York, NY: The New York City RAND Institute, 1974. Disponível

em: http://www.rand.org/content/dam/rand/pubs/reports/2006/R1493.pdf. Acesso em: 4

mar. 2016.

_______. Response of Emergency Units: The Effects of Barriers, Discrete Streets, and One-

Way Streets. New York, NY: The New York City RAND Institute, 1971. Disponível em: http://

www.rand.org/content/dam/rand/pubs/ reports/2006/R675.pdf. Acesso em: 4 mar. 2016.

LEOPOLDO E SILVA, Franklin. Martin Heidegger e a técnica. SCIENTIÆ Studia, São Paulo, v.

, n. 3, 2007, p. 369-374.

LEVINAS, Emmanuel; KERNEY, Richard. Dialogue with Emmanuel Levinas. Albany: Sunny

Express, 1986.

LIGHT, Jennifer S. From Warfare to Welfare: Defense Intellectuals and Urban Problems in

Cold War America. Baltimore, MD: Johns Hopkins University, 2003.

MAGRI, Francisco. Teoria del Diritto Penale. Turin: Chiantore, 1923.

MANZINI, Vicenzo. Trattato di diritto penale italiano. Torino: Utet, 1948.

NOZICK, Robert. Anarquia, Estado e Utopia. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 1991.

PRATT, John. Penal Populism: key ideas in criminology. New York: Routledge, 2007.

PRATT, John. Scandinavian Exceptionalism in a Era of Penal Excess. British Journal of

Criminology, Oxford, UK, v. 48 (2), mar. 2008.

QUADE, E. S. Systems Analysis Techniques for Planning-Programming-Budgeting. Santa

Monica, CA: RAND Corporation, 1966. Disponível em: http://www.rand.org/pubs/papers/

P3322.html. Acesso em: 4 mar. 2016.

QUADE, E. S.; CHAIKEN, J.; CRABILL, T.; HOLLIDAY, L.; JAQUETTE, D.; LAWLESS, M.; Criminal

Justice Models: an Overview. Santa Monica, CA: RAND Corporation, 1975.

REEVES, Richard. City Hires Rand Corp. to Study Four Agencies; Police, Fire, Housing and

Health to Get Analysis Initial Contract for $607,000 Will Cover Six Months. New York Times,

New York, NY, 9 jan. 1968. Section Columns, p. 31. Disponível em:

nytimes.com/timesmachine/1968/01/09/77165250.html>. Acesso em: 25 fev. 2016.

RAFFESTIN, Claude. Por una geografía del poder. Zamora, Michoacán: El colegio de

Michoacán, 2013.

RIVACOBA Y RIVACOBA, Manuel de. Función y aplicación de la pena. Buenos Aires, Depalma,

RUSCHE, Georg; KIRCHHEIMER, Otto. Punição e Estrutura Social. Rio de Janeiro: Freitas

Bastos, 1999.

ZAFFARONI, Eugenio Raúl; BATISTA, Nilo; ALAGIA, Alejandro; SLOKAR, Alejandro. Direito

Penal Brasileiro I. Rio de Janeiro: Revan, 2003.

ZAFFARONI, Eugenio Raúl. O Inimigo no Direito Penal. Rio de Janeiro: Revan, 2007.

VON LISZT, Franz. La Idea de Fin en el Derecho Penal. Valparaiso, CH: EDEVAL, 1994.

ŽIŽEK, Slavoj. Violência. São Paulo: Boitempo, 2014.

Downloads

Publicado

2019-08-08

Como Citar

SANTOS, A. L. C. O REPRESSIVISMO PÓS-MODERNO BRASILEIRO DE ALTA INTENSIDADE. O DIREITO PENAL NA ENCRUZILHADA ENTRE O PENSAR CALCULADOR E A FUNDAMENTAÇÃO ÉTICO-POLÍTICA. Novos Estudos Jurí­dicos, Itajaí­ (SC), v. 24, n. 2, p. 420–452, 2019. DOI: 10.14210/nej.v24n2.p420-452. Disponível em: https://periodicos.univali.br/index.php/nej/article/view/14954. Acesso em: 25 abr. 2024.

Edição

Seção

Artigos