A PRISÃO PREVENTIVA EM PASSO FUNDO-RS: ANÁLISE EMPÍRICO-CRIMINOLÓGICA COM BASE NAS PRISÕES DECRETADAS EM REGIME DE PLANTÃO NO ANO DE 2018
DOI:
https://doi.org/10.14210/rdp.v13n3.p1201-1231Palavras-chave:
Prisão preventiva, discurso jurisdicional, estudo criminológico empírico, criminologia críticaResumo
O presente estudo possui como tema a prisão preventiva, tendo como problema de pesquisa quais os principais discursos e fundamentos jurídicos em que se baseiam os juízes nos decretos prisionais preventivos? Esses discursos estão atrelados a alguma ideologia? Desse modo, o objetivo central do estudo está na análise dos discursos e fundamentos jurídicos presentes nos decretos prisionais preventivos em regime de plantão na cidade de Passo Fundo/RS, a partir do estudo empírico das decisões judiciais. Assim, utiliza-se o método de abordagem predominantemente indutivo. Soma-se ao método de procedimento monográfico, e a técnica de pesquisa da documentação indireta. Conclui-se que os dados empíricos reforçam a visão nacional no sentido de um discurso punitivo atrelado às decisões judiciais, de modo que a ausência da ruptura discursiva por parte do Judiciário contribui sensivelmente para o incremento do superencarceramento e para a banalização no uso da prisão preventiva como instrumento de punição antecipada.
Downloads
Referências
AMARAL, Augusto Jobim do. Política da prova e cultura: a governabilidade inquisitiva no processo penal brasileira contemporâneo. São Paulo: Almedina, 2014.
ANDRADE, Vera Regina Pereira de. Pelas mãos da criminologia: o controle penal para além da (des)ilusão. Rio de Janeiro: Revan, 2012.
_____. A ilusão da segurança jurídica: do controle da violência à violência do controle penal. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2003.
BADARÓ, Gustavo Henrique. Processo Penal. 3. ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2015.
BARATTA, Alessandro. Criminologia Crítica e Crítica do Direito Penal. Tradução: Juarez Cirino dos Santos. 3. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2002.
BARAK, Greg. The crimes of the powerful and the globalization of crime. Revista Brasileira de Direito. v. 11, n. 2, jul-dez., 2015.
BRASIL. Código de Processo Penal. Decreto Lei n°3.689, de 03 de outubro de 1941. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del3689Compilado.htm>. Acesso em: 20 de mar. de 2018.
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Estatísticas revelam aumento das condenações de encarceramento – 2016. Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/noticias/cnj/83669-estatisticas-revelam-aumento-das-condenacoes-de-encarceramento>. Acesso em 25 de mar. de 2018.
BRASIL. Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias INFOPEN – atualização Junho de 2016. 2017 (a). Disponível em: <http://www.justica.gov.br/news/ha-726-712-pessoas-presas-no-brasil/relatorio_2016_junho.pdf>. Acesso em 25 de mar. de 2018.
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Reunião Especial de Jurisdição do CNJ com os Presidentes dos Tribunais de Justiça dos Estados – 2017 (b). Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/files/conteudo/arquivo/2017/02/b5718a7e7d6f2edee274f93861747304.pdf>. Acesso em 03 de mar. de 2018.
BRASIL. Tribunal de Justiça do Estado do Rio Grande do Sul. Comarca de Passo Fundo e municípios jurisdicionados. 2018(a). Disponível em: <https://www.tjrs.jus.br/institu/comarcas/dados_comarca.php?codigo=1312>. Acesso em 23 fev. 2018.
BRASIL. Plantão Forense da Comarca de Passo Fundo. Processo n.°: 021/2.18.0001623-8. 2018 (b)
BRASIL. Plantão Forense da Comarca de Passo Fundo. Processo n.°: 021/2.18.0001587-8. 2018 (c)
BRASIL. Plantão Forense da Comarca de Passo Fundo. Processo n.°: 021/2.18.0002357-9. 2018 (d)
BRASIL. Plantão Forense da Comarca de Passo Fundo. Processo n.°: 021/2.18.0002356-0. 2018 (e)
BRASIL. Plantão Forense da Comarca de Passo Fundo. Processo n.°: 021/2.18.0001206-2. 2018 (f)
BRASIL. Plantão Forense da Comarca de Passo Fundo. Processo n.°: 021/2.18.0002574-1. 2018 (g)
BRASIL. Plantão Forense da Comarca de Passo Fundo. Processo n.°: 021/2.18.0000142-7. 2018 (h)
BRASIL. Plantão Forense da Comarca de Passo Fundo. Processo n.°: 021/2.18.0002392-7. 2018 (i)
BRASIL. Plantão Forense da Comarca de Passo Fundo. Processo n.°: 021/2.18.0001460-0. 2018 (j)
BRASIL. Plantão Forense da Comarca de Passo Fundo. Processo n.°: 021/2.18.0001897-4. 2018 (k)
BRASIL. Plantão Forense da Comarca de Passo Fundo. Processo n.°: 021/2.18.0001513-4. 2018 (l)
BRASIL. Plantão Forense da Comarca de Passo Fundo. Processo n.°: 021/2.18.0002575-0. 2018 (m)
BRASIL. Conselho Nacional de Justiça. Banco Nacional de Monitoramento de Prisões –
BNMP 2.0: Cadastro Nacional de Presos. Brasília, agosto de 2018. 2018(n). Disponível em: <http://www.cnj.jus.br/files/conteudo/arquivo/2018/08/987409aa856db291197e81ed314499fb.pdf>. Acesso em 12 ago. 2018.
BUDÓ, Marília de Nardin. Mídias e discursos do poder: a legitimação discursiva do processo de encarceramento da juventude pobre no Brasil. Tese (Doutorado em Direito) – Curso de Pós-Graduação em Direito, Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2013.
CARNEIRO, Sueli. Racismo, sexismo e desigualdade no Brasil. São Paulo: Selo Negro, 2011.
CARVALHO, Salo de. O encarceramento seletivo da juventude negra brasileira: a decisiva contribuição do Poder Judiciário. Revista da Faculdade de Direito UFMG. Belo Horizonte, n. 67, jul.-dez. 2015.
CASARA, Rubens. A ampliação das hipóteses da prisão preventiva: uma corrupção das conquistas civilizatórias. Boletim do Instituto Brasileiro de Ciências Criminais. São Paulo, Boletim nº 277, p. 21-22, Dezembro 2015.
DUARTE, Evandro Piza. Paradigmas em criminologia e relações raciais. Cadernos do CEAS, Salvador, n.238, p.500-526, 2016.
FLAUZINA, Ana Luiza Pinheiro. Corpo negro caído no chão: o sistema penal e o projeto genocida do Estado brasileiro. Dissertação (Mestrado em Direito) – Curso de Pós-Graduação em Direito, Universidade de Brasília, Brasília, 2006.
GIACOMOLLI, Nereu José. Prisão, liberdade e as cautelares alternativas ao cárcere. São Paulo: Marcia Pons, 2013.
_____; MAYA, André Machado. As medidas cautelares alternativas à prisão: o projeto de reforma do código de processo penal brasileiro e a realidade latino-americana. Revista Duc In Altum Cadernos de Direito, vol. 8, nº 14, p. 177-217, jan-abr. 2016.
IBGE. Disponível em: <https://sidra.ibge.gov.br/tabela/3175#resultado>. Acesso em 16 de outubro de 2018.
KARAM, Maria Lúcia. Legislações proibicionistas em matéria de drogas e danos aos Direitos Fundamentais. Revista Verve, São Paulo, n.12, p. 181-212, 2007.
KHALED JÚNIOR, Salah H. A busca da verdade no processo penal: para além da ambição inquisitorial. 2 ed. Belo Horizonte. Letramento: Casa do Direito, 2016.
LOPES JÚNIOR, Aury. Direito Processual Penal. 11 ed. São Paulo: Saraiva, 2014.
_____. Prisões Cautelares. 5 ed. rev., atual. e ampl. – São Paulo: Saraiva, 2017.
MINAYO, Maria Cecília de Souza (org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 28. ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2009.
MARCONI, Marina de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia científica. 7 ed. São Paulo: Atlas, 2010.
ROSA, Alexandre Morais da. Guia compacto do processo penal conforme a teoria dos jogos. 3 ed. Florianópolis: Empório do Direito, 2016.
SOUZA, Guilherme Augusto Dornelles de; AZEVEDO, Rodrigo Ghiringhelli de. Analisar alternativas à prisão: proposta para superar uma dicotomia. O público e o privado. Ceará, n. 26, pp. 115-138, jul./dez., 2015.
STRECK, Lenio Luiz. O que é isto – decido conforme minha consciência. 2 ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2010.
STREVA, Juliana Moreira. Auto de resistência, biopolítica e colonialidade: racismo como mecanismo de poder. Revista Brasileira de Ciências Criminais. vol. 138, dezembro, ano 25. p. 237-267. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2017.
ZAFFARONI, Eugenio Raúl. Em busca das penas perdidas: a perda da legitimidade do sistema penal. 5. ed. Rio de Janeiro: Revan, 2001.
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Na qualidade de autor(es) da colaboração, original e inédita, sobre o qual me(nos) responsabilizo(amos) civil e penalmente pelo seu conteúdo, após ter lido as diretrizes para autores, concordado(amos) com o Regulamento da Revista Eletrônica Direito e Política e autorizo(amos) a publicação na rede mundial de computadores (Internet), permitindo, também, que sua linguagem possa ser reformulada, caso seja necessário, sem que me(nos) seja devido qualquer pagamento a título de direitos autorais, podendo qualquer interessado acessá-lo e/ou reproduzi-lo mediante download, desde que obedeçam os Direitos Autorais.