ALTERNATIVAS AO CAPITALISMO PARA A HUMANIDADE, A PARTIR DOS BENS COMUNS E DA COMUNALIDADE LOCAL DOS POVOS INDÍGENAS

Resumo

Contextualização do Tema: Neste trabalho, busca-se abrir um caminho que possibilite articular alternativas viáveis ao sistema capitalista, permitindo-nos alimentar a esperança de um mundo melhor para toda a Humanidade. Isso será feito por meio do que se denomina herança comum da Humanidade, também chamado de patrimônio comum da Humanidade, somando-se a isso os bens comuns mundiais e, também, projetos de comunalidade. Reivindica-se a necessidade de que a gestão dos entornos, dos cuidados e dos saberes locais das comunidades e dos povos indígenas seja realizada com base no reconhecimento de sua própria titularidade, e não administrada exclusivamente sob a titularidade dos Estados ou sob a titularidade de toda a Humanidade, mas sob a proteção e administração da Organização das Nações Unidas. Os povos indígenas, a partir do local, nos ensinam a respeitar e conservar um planeta ferido de morte, oferecendo-nos pequenas chamas de esperança para toda a Humanidade com seus projetos de vida fundamentados no comum e na organização comunal.

Objetivos: O objetivo do trabalho é refletir criticamente sobre os limites do sistema capitalista global e propor alternativas pautadas na noção de herança comum da Humanidade, com ênfase nos bens comuns mundiais e nas práticas e saberes tradicionais dos povos indígenas. Pretende-se contribuir para o debate sobre modelos de gestão e titularidade de bens essenciais à vida, propondo formas de organização social mais justas, sustentáveis e baseadas na comunalidade.

Metodología: O artigo se vale de um enfoque teórico-crítico, com análise conceitual e revisão bibliográfica, de natureza qualitativa e interdisciplinar, com uma forte inspiração decolonial e ecosocial. A partir de uma abordagem reflexiva, o trabalho dialoga com autores contemporâneos e saberes tradicionais, buscando compreender as dinâmicas sociais, ambientais e políticas que atravessam a discussão sobre o patrimônio comum da Humanidade e os bens comuns.

Resultados: Como resultado, destaca-se a importância de reconhecer os povos indígenas como protagonistas na gestão dos bens comuns, valorizando seus modos de vida, práticas culturais e saberes tradicionais como caminhos legítimos e eficazes para a conservação ambiental e para a construção de uma nova racionalidade social. O trabalho propõe a necessidade de desmercantilizar os bens essenciais à vida, fortalecendo o sentido do comum e da comunalidade como base para alternativas sustentáveis à lógica hegemônica do capital.