EUGENICS AS A SOCIETAL PROJECT IN THE CONSTITUTIONAL CONSTRUCTION OF THE RIGHT TO EDUCATION IN BRAZIL

Authors

DOI:

https://doi.org/10.14210/nej.v29n1.p184-208

Keywords:

Constitutional History, Constitutional Law, Right to Education, Eugenics

Abstract

Contextualization: The constitutional affirmation of the right to education in Brazil is often associated with the 1934 Constitution, a milestone in the emergence of social rights in this country. A supposed line of evolutionary continuity would culminate, today, in the 1988 Constitution and its expanded regulation concerning the right to education itself as a fundamental social right, but also foreseeing various mechanisms for funding this right among the federated entities.

Objective: The article aims to analyze how the historical and social context of introducing the right to education in the Constitution of 1934, not just as “education”, but as “eugenic education”, represented the success of the Brazilian Eugenic Movement and influenced the evolution of this right throughout of the decades that followed.

Method: Starting from a phenomenological methodology that allows us to analytically review data from the historical period of construction of the right to education during the “Estado Novo”, the research aims to confront, as a central problem, what limits a eugenicist conception of education, characteristic of homogenizing societies, found in Brazilian constitutional history, especially after the Constitution of 1988.

Results: The hypothesis supported points to the fact that constitutional reconstruction of education is a project that is still unfinished, because, although it was initiated by the Constituent of 1987-1988, it depends on a profound reform of the education system for the purposes of effectively achievement the idea of a multicultural society that the 1988 Constitution projected for the future of Brazil.

.

Downloads

Download data is not yet available.

Author Biographies

Anderson Vichinkeski Teixeira, Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)

Professor de Direito Constitucional e Coordenador do Programa de Pós-Graduação em Direito da Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS). Doutor em Teoria e História do Direito pela Universidade de Florença (Itália), com estágio de pesquisa doutoral junto à Faculdade de Filosofia da Université Paris Descartes-Sorbonne (França). Estágio pós-doutoral Direito Constitucional junto à Universidade de Florença. Membro permanente do Colegiado de Docentes do Doutorado em Direito da Universidade de Florença. Membro permanente do Colegiado de Docentes e fundador do Doutorado em Direito da Universidade da Calabria/IT. Professor visitante do Instituto de Ciências Jurídicas e Filosóficas da Sorbonne. Membro Permanente da Association Française de Droit Constitutionnel. Advogado e consultor jurídico.

Laerte Radtke Karnopp, Universidade do Vale do Rio dos Sinos (UNISINOS)

Doutorando em Direito na Universidade do Vale do Rio dos Sinos, na linha de pesquisa Hermenêutica, Constituição e Concretização de Direitos. Mestre e bacharel em Direito pela Universidade Federal de Pelotas. Licenciado em Letras pela Universidade Federal de Pelotas. Auditor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense. Advogado.

References

BARRETTO, Vicente de Paulo; SUBTIL, Leonardo de Camargo. Habermas, direito e eugenia. Revista de Estudos Constitucionais, Hermenêutica e Teoria do Direito (RECHTD), v. 2, n. 2, pp. 164-174, julho-dezembro 2010.

BONFIM, Paulo Ricardo. Educar, Higienizar e Regenerar: Uma História da Eugenia no Brasil. Jundiaí/SP: Paco Editorial, 2017.

BRASIL. Decreto n. 19.890, de 18 de abril de 1931. Dispõe sobre a organização do ensino secundário. Brasília, DF: Câmara dos Deputados, 1931. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/decret/1930-1939/decreto-19890-18-abril-1931-504631-publicacaooriginal-141245-pe.html. Acesso em: 3 out. 2023.

BRASIL. Annaes da Assembléia Nacional Constituinte. Organizados pela Redação dos Annaes e Documentos Parlamentares. Vol. I. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1933.

BRASIL. Annaes da Assembléia Nacional Constituinte. Organizados pela Redação dos Annaes e Documentos Parlamentares. Vol. VI. Rio de Janeiro: Imprensa Nacional, 1934.

BRASIL. Decreto-lei n. 4.244, de 9 de abril de 1942. Lei orgânica do ensino secundário. Brasília, DF: Presidência da República, 1942. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1937-1946/del4244.htm. Acesso em: 3 out. 2023.

BRASIL. Decreto-lei n. 8.529, de 2 de janeiro de 1946. Lei Orgânica do Ensino Primário. Brasília, DF: Câmara dos Deputados, 1946. Disponível em: https://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1940-1949/decreto-lei-8529-2-janeiro-1946-458442-publicacaooriginal-1-pe.html. Acesso em: 3 out. 2023.

BRASIL. Lei n. 4.024, de 20 de dezembro de 1961. Fixa as Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília, DF: Presidência da República, 1961. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L4024.htm. Acesso em: 3 out. 2023.

BRASIL. Decreto-lei n. 869, de 12 de setembro de 1969. Dispõe sôbre a inclusão da Educação Moral e Cívica como disciplina obrigatória, nas escolas de todos os graus e modalidades, dos sistemas de ensino no País, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1969. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/1965-1988/del0869.htm. Acesso em: 3 out. 2023.

BRASIL. Lei n. 5.692, de 11 de agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o ensino de 1° e 2º graus, e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1971a. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5692.htm. Acesso em: 3 out. 2023.

BRASIL. Conselho Federal de Educação. Parecer n. 853/71. Núcleo-comum para os currículos do ensino de 1º e 2º graus. A doutrina do currículo na Lei 5.692. In: Documenta n. 132, Rio de Janeiro, 1971b. Disponível em: https://www.histedbr.fe.unicamp.br/pf-histedbr/parecer_n._853-1971_nucleo_comum_para_os_curriculos.pdf. Acesso em: 3 out. 2023.

BRASIL. [Constituição (1988)]. Constituição da República Federativa do Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, 1988. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 4 out. 2023.

BRASIL. Lei n. 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Brasília, DF: Presidência da República, 1996. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9394.htm. Acesso em: 4 out. 2023.

BRASIL. Lei n. 9.795, de 27 de abril de 1999. Dispõe sobre a educação ambiental, institui a Política Nacional de Educação Ambiental e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 1999. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l9795.htm. Acesso em: 4 out. 2023.

BRASIL. Lei n. 10.639, de 9 de janeiro de 2003. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira", e dá outras providências. Brasília, DF: Presidência da República, 2003. Disponível em: https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2003/l10.639.htm. Acesso em: 4 out. 2023.

BRASIL. Lei n. 14.164, de 10 de junho de 2021. Altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996 (Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional), para incluir conteúdo sobre a prevenção da violência contra a mulher nos currículos da educação básica, e institui a Semana Escolar de Combate à Violência contra a Mulher. Brasília, DF: Presidência da República, 2021. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-2022/2021/Lei/L14164.htm. Acesso em: 4 out. 2023.

CAMPOS, Francisco. A reforma do ensino superior no Brasil. In: AAVV. Cadernos FGV Direito Rio. Vol. 4, Educação e Direito. Rio de Janeiro: Edição FGV Direito Rio, 2010, pp. 61-97 (originalmente publicado como: A reforma do ensino superior no Brasil: Exposição de motivos. Revista Forense, v. LVI, jan./jun. 1931, pp. 393-415).

CAMPOS, Francisco. O Estado nacional: sua estrutura, seu conteúdo ideológico. Brasília: Senado Federal, 1940a.

CAMPOS, Francisco. Educação e cultura. Brasília: Senado Federal, 1940b.

DIWAN, Pietra. Raça pura: uma história da eugenia no Brasil e no mundo. São Paulo: Contexto, 2007.

FIORAVANTI, Maurizio. Costituzionalismo. Percorsi della storia e tendenze attuali. Roma-Bari: Laterza, 2009.

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia. 71. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2021.

FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. 81. ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 2022.

GALTON, Francis. Inquiries into Human Faculty and Its Development. London: Macmillan, 1883.

GALTON, Francis. Eugenics Its Definition Scope and Aims. The American Journal of Sociology, v. X, n. 1, pp. 1-6, 1904.

KARNOPP, Laerte Radtke; VERNES-PINTO, Rodrigo da Silva. Movimentos antidemocráticos de janeiro de 2023 em Brasília: o direito entre soluções mediadas pela repressão e pela educação. Visioni LatinoAmericane, Trieste, anno XV, numero 29, p. 46-65, luglio 2023. Disponível em: https://www.openstarts.units.it/server/api/core/bitstreams/141500de-4929-412b-9afd-124bc1445ada/content. Acesso em: 3 out. 2023.

KEHL, Renato. Propositos. Boletim de Eugenía, v. 1, n. 1, pp. 1-2, 1929.

KEHL, Renato. The first eugenics movement in Brazil. Boletim de Eugenía, v. 3, n. 28, pp. 5-6, 1931.

LIMA, Estácio de. O velho e o novo “Nina”. Salvador: Governo do Estado da Bahia e Departamento de Politécnica, 1979.

LOEWENSTEIN, Karl. Réflexions sur la valeur des Constitutions dans une époque révolutionnaire. Esquisse d’une ontologie des Constitutions. Revue française de science politique, n. 2-1, pp. 5-23, 1952.

MATTEUCCI, Nicola. Lo Stato moderno. Lessico e percorsi. 2ª ed. Bologna: il Mulino, 1997.

MÉSZÁROS, István. A educação para além do capital. Tradução de Isa Tavares. 2. ed. São Paulo: Boitempo, 2008.

QUEIROZ, Maria Neuza Almeida; HOSOUME, Yassuko. As disciplinas científicas do ensino básico na legislação educacional brasileira nos anos de 1960 e 1970. Revista Ensaio, Belo Horizonte, v. 20, p. 1-25, 2018. Disponível em: https://www.scielo.br/j/epec/a/NhbgnTPJWkcrkzLjMcngMjd/?format=pdf&lang=pt. Acesso em: 3 out. 2023.

ROCHA, Simone. A educação como projeto de melhoramento racial: uma análise do art. 138 da Constituição de 1934. Reveduc. Revista Eletrônica de Educação, v. 12, n. 1, pp. 61-73, 2018.

RODRIGUES, Raymundo Nina. Os Africanos no Brasil. São Paulo: Companhia Editora Nacional, 1932.

SARLET, Ingo Wolfgang. A eficácia dos direitos fundamentais: uma teoria geral dos direitos fundamentais na perspectiva constitucional. 13. ed. rev. e atual. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2018.

SOUZA, Vanderlei Sebastião de. Eugenia, racismo científico e antirracismo no Brasil: debates sobre ciência, raça e imigração no movimento eugênico brasileiro (1920-1930). Revista Brasileira de História, v. 42, n. 89, pp. 93-115, 2022.

STEPAN, Nancy Leys. The Hour of Eugenics: Race, Gender, and Nation in Latin American. Ithaca: Cornell University Press, 1991.

TEIXEIRA, Anderson Vichinkeski. A eugenia na formação do constitucionalismo republicano brasileiro. Constituição, Economia e Desenvolvimento: Revista Eletrônica da Academia Brasileira de Direito Constitucional, v. 15, n. 28, pp. 182-200, 2023.

VIANA, Oliveira. Populações meridionais do Brasil. Brasília: Senado Federal, 2005.

Published

2024-07-02

How to Cite

TEIXEIRA, A. V.; KARNOPP, L. R. EUGENICS AS A SOCIETAL PROJECT IN THE CONSTITUTIONAL CONSTRUCTION OF THE RIGHT TO EDUCATION IN BRAZIL. Journal of Law Studies, Itajaí­ (SC), v. 29, n. 1, p. 184–208, 2024. DOI: 10.14210/nej.v29n1.p184-208. Disponível em: https://periodicos.univali.br/index.php/nej/article/view/20075. Acesso em: 22 jul. 2024.

Issue

Section

Artigos