TRABALHO FORÇADO E ESCRAVIDÃO MODERNA: ANÁLISE DA POSSÍVEL RESPONSABILIDADE PENAL DA EMPRESA

Autores

Palavras-chave:

Trabalho Forçado, Responsabilização Penal, Empresa, Violações, Direitos Humanos

Resumo

Contextualização: : Dentre as inúmeras violações aos direitos humanos que podem ser constatadas no Brasil, atualmente, volta-se a atenção às práticas empresariais que vão desde a supressão de direitos básicos dos trabalhadores à imposição de jornada e condições de trabalho indignas, as quais passaram a ser tratadas sob a alcunha de “escravidão moderna”. A responsabilização penal no Brasil, em matéria de violação dos trabalhadores, é feita nos termos do Código Penal, em especial nos artigos 149 e 149-A. O que se nota, no entanto, é que a tipificação desses crimes, seguindo a responsabilidade pessoal, é feita, por certo, ao agente – pessoa natural – que pratica a conduta descrita na norma penal, e, por certo, não atinge a empresa, fazendo com que, em muitos casos, sequer alcança os beneficiários destas práticas, os quais se mostram distantes das cenas delitivas.

Objetivo: Investigar se atualemente, há base legal para se caminhar a uma responsabilização, da própria empresa, também em matéria penal em razão das rpáticas que violam direitos humanos.

Metodologia: Utiliza-se o método dedutivo para chegar às principais conclusões, e a bibliografia de análise parte de fontes primárias e secundárias.

Resultados: A pesquisa evidencia a persistência de práticas empresariais que violam direitos humanos, caracterizadas como "escravidão moderna", e demonstra que a responsabilização penal no Brasil, conforme prevista no Código Penal, limita-se aos indivíduos, deixando empresas beneficiárias dessas práticas à margem das punições. Com base em dados nacionais e internacionais, o estudo aponta a insuficiência das sanções civis e administrativas para coibir essas violações e sugere a necessidade de adaptação no sistema jurídico brasileiro, incluindo a responsabilização penal direta de empresas, como já ocorre em alguns países. A pesquisa reforça a urgência de reformulações legislativas que alinhem o ordenamento jurídico nacional às demandas de proteção da dignidade dos trabalhadores, promovendo maior eficácia na prevenção e repressão dessas práticas.

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Biografia do Autor

Simone Lavelle Godoy de Oliveira, Universidade Presbiteriana Mackenzie

Doutoranda em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie. Mestre em Direito Internacional pela Universidade Católica de Santos (bolsista Padre Waldemar Valle Martins). Graduada em Direito pela Universidade Católica de Santos. Defensora Pública no Estado de São Paulo. Integra o corpo docente da Pós-graduação lato sensu em Ciências Criminais da Escola da Defensoria Pública do Estado de São Paulo (EDEPE), é professora da Especialização em Direito Penal e Processual Penal da ESD- Proordem Santos.  Orcid: https://orcid.org/0009-0003-9636-1782. Lattes: http://lattes.cnpq.br/0952229403810588. E-mail: simone.lavelle@gmail.com.

Izabela Zonato Villas Boas, Universidade Presbiteriana Mackenzie

Doutoranda (Bolsa Mérito do Instituto Presbiteriano Mackenzie) e Mestre (Bolsa CAPES/PROSUC- I) em Direito Político e Econômico pela Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Mestre pelo Instituto Internacional de Sociologia Jurídica em Oñati (Espanha). Pós-graduada Lato Sensu em Direito Constitucional e Administrativo pela Escola Paulista de Direito. Graduada em Direito pela UPM. Pesquisadora dos Grupos de Pesquisas CNPq “Centro de Estudos sobre a Proteção Internacional de Minorias” da Universidade de São Paulo (CEPIM-USP), e “Políticas Públicas como instrumento de efetivação da Cidadania” da UPM. Professora do Curso de Direito da Fundação Educacional de Fernandópolis. Membro do Research Committee on Sociology of Law da International Sociological Association (ISA). Membro efetivo regional do Núcleo de Direito dos Imigrantes e Refugiados da Comissão Permanente de Direitos Humanos da OAB/SP. Orcid: https://orcid.org/0000-0002-0627-8367. Lattes: http://lattes.cnpq.br/1173887908111098. E-mail: izabelazonato@gmail.com.

Gianpaolo Poggio Smanio, Universidade Presbiteriana Mackenzie

Doutor e Mestre em Direito pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e Graduado em Direito pela Universidade de São Paulo (USP). É Diretor e Professor Titular da Faculdade de Direito e do Programa de Mestrado e Doutorado em Direito Político e Econômico da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM). Foi Coordenador do Programa de Pós-graduação em Direito Político e Econômico da Universidade Presbiteriana Mackenzie (UPM) (2013-2020) e Procurador-Geral de Justiça do Estado de São Paulo (2016-2018 e 2018-2020). É Professor colaborador na Escola Superior do Ministério Público do Estado de São Paulo, Coordenador Adjunto da Comissão Solidariedade e Integração Regional e Membro da Comissão APCN da Área do Direito da CAPES. https://orcid.org/0000-0002-5835-4392. Lattes: http://lattes.cnpq.br/9297681530922931. E-mail: gianpaolo.smanio@mackenzie.br.

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Publicado

26-12-2024

Como Citar

LAVELLE GODOY DE OLIVEIRA, S.; ZONATO VILLAS BOAS, I.; POGGIO SMANIO, G. TRABALHO FORÇADO E ESCRAVIDÃO MODERNA: ANÁLISE DA POSSÍVEL RESPONSABILIDADE PENAL DA EMPRESA. Revista Eletrônica Direito e Política, [S. l.], v. 19, n. 3, p. 302–327, 2024. Disponível em: https://periodicos.univali.br/index.php/rdp/article/view/20655. Acesso em: 2 jan. 2025.

Edição

Seção

Artigos