A REPÚBLICA, A PAIDEIA ÔNTICA, A JUSTIÇA E A IDEIA DO BEM A PARTIR DO JUSNATURALISMO ONTOLÓGICO DE PLATÃO
DOI:
https://doi.org/10.14210/rdp.v16n3.p871-906Palabras clave:
Jusnaturalismo ontológico, República, Justiça, Bem.Resumen
Na obra A República de Platão (428/427-348/347 a.C.) o conceito de justiça é premissa fundamental para se formar um líder político, para que um ser humano se oriente pela virtude, para que a sociedade seja organizada em harmonia, para se alcançar a finalidade de felicidade pública na polis, para uma educação humanista. A compreensão da ideia da justiça envolve também entender a célebre expressão “conhece-te a ti mesmo” em sua base ontológica. Assim, o objetivo deste artigo é estudar a justiça no pensamento de Platão, partindo do fundamento jusnaturalista ontológico que caracteriza a sua República, relacionando a justiça com a ideia de bem e a paideia ôntica. Este artigo se insere na linha de pesquisa de constitucionalismo e produção do direito, partindo da filosofia política de Platão. Vale destacar que um governante, para Platão, não encontra o apogeu dos seus estudos na ideia de justiça, há um estudo superior que ele deve ainda realizar, que é o da ideia do Bem. A ideia do Bem é a mais elevada das ciências, está ligada à metafísica/ontologia, de modo que a justiça, sabedoria, coragem, temperança somente se tornam úteis e valiosas em razão da ideia do Bem. A fundação da República, portanto, depende do saber ontológico por parte das lideranças, que podem assim organizar uma polis calcada na ideia do Bem, para a partir daí se capacitarem à realização do que é a justiça, tanto a justiça na polis quanto a justiça no indivíduo. O método para a construção das ideias deste produto acadêmico é o indutivo, sendo os dados recolhidos a partir da pesquisa bibliográfica, sendo o principal referente teórico a obra A República de Platão.
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