O exponencial crescimento dos usos das tecnologias nas últimas décadas fazem concebê-las como organizadoras dos modos de vida. Frente as mais variadas demandas e possibilidades tecnológicas contemporâneas, novas condições sugerem um crescente entrelaçamento das subjetividades e da política com tecnologias que permite indagar emergências de novas ontologias. Como pesquisadores do campo da Educação podemos refletir sobre múltiplas maneiras em que a modernidade e a pós-modernidade agenciaram práticas para atribuir sentidos aos usos políticos dos corpos via saberes tecnológicos, nas mais variadas articulações e produções com objetos e temas distintos. Nesse escopo, o campo da Educação não é apenas operado nessas mudanças como é, também, um forte operador, se constituindo como um lócus de e para problematizações sobre essa temática, tanto na educação formal como por aquelas compreensões de educação enquanto práticas culturais mais amplas, que indicam e sugerem modos de ser e estar no mundo, de sermos sujeitos conectados.
O dossiê aqui proposto versa justamente sobre essas relações e propõem problematizar perspectivas, temas e objetos que estabeleçam relações entre educação, corpo e tecnologias, tais como: a guinada genética do corpo via saberes biotecnológicos; o hiper-realismo e os simulacros do real; as metáforas do ciborgue, corpo-máquina e pós-humano; as práticas biopolíticas de produção, controle e regulação de sujeitos, coletivos e normalidades; a construção de corpos em mercados de arquétipos de realização de desejos; os usos do corpo na era digital, entre outros. Tais articulações podem ser indagadas em direções que questionem quais são e como operam formas de agenciamento, governo e produção de subjetividades que atravessam corpos via tecnologias, em diferentes objetos temáticos. O convite para este dossiê propõe explorar e expandir essas e outras potentes relações articuladas a educação e tecnologias dos corpos.
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